quinta-feira, 3 de julho de 2008

O amor, o amor

Esta semana andei muito calminha, tão calma que até me irrito a mim mesma (a todos os que respondi mal... Não era nada pessoal! eheheh) uma vez que não vou muito à bola com calmarias c",
Penso que isso se deve ao atribulado, dançante, aventureiro e mau-comportado fim-de-semana que tive... A malta já não é nova! Passa um fds mais mexido e depois não gosta de ir para a cama cedo! Claro que isso depois tem as suas consequências!
Mas esta semana o meu inconsciente deve ter tirado a semana para pensar no Amor, relações, entregas e afins... Têm sido 4 dias a pensar em quem e no que não devo, situações que acontecem à nossa frente, músicas que fazem lembrar tempos passados, tempos que não voltam mais, tempos que queremos que nunca tivessem existido, tempos que agradecemos terem acabado mas que ainda assim nos fazem perguntar "será que?"...
Quem me conhece sabe que "eu não desconfio, simplesmente não confio"... E isso, cada vez mais, estende-se também ao Amor e às relações.
Que me perdoem os amantes, mas são muito poucas as relações em que acredito e muito menos as que digo que gostaria de alcançar tal estado relacional... Não que as minhas sejam exemplo para alguém - pelo contrário, são cada vez mais efémeras, passageiras e momentâneas - e sei que nada é perfeito (e ainda bem!), mas cada vez mais acredito que as relações e amores estão na "categoria" de elementos exteriores a nós, e como tal, só fazem sentido se forem uma mais valia para nós e para a nossa vida...
Os meus amores duram o tempo que durar o meu sorriso e mais um pouco... O tempo que levo a alcançar a plena e tranquila consciência final. E não é por isso que acho que elas são menos importantes que outras que duram mais... Cada pessoa e relação tem o seu valor e "finalidade" ou não? Não é por saber que um amigo/a ou um amante/companheiro não é mais que um parceiro de determinado momento ou fase da minha vida que tal significa que os trato sem valor ou importância... Muitas vezes é exactamente o contrário! Não costumamos nós aproveitar mais algo, quando sabemos que isso "já já vai acabar"?
Mas se a vida é feita de momentos e de fases, será que não é possível habituarmo-nos a eles e/ou tendermos a transformá-los num comportamento?
...
Ao contrário de uns Tribalistas que para aqui haviam, eu já não sei namorar, já não sei o que é fazer uma vida tendo sempre aquela pessoa que temos (temos?) que inserir, partilhar ou pelo menos avisar do que fazemos, sentir aquela vontade, necessidade ou mesmo desejo de tê-la sempre connosco...
Mas será que isso é mau? Estaria a mentir se dissesse que às vezes não sinto falta de partilhar e viver com alguém, mas faço-o com uma ou outra pessoa que me são queridas... A verdade, é que eu gosto do sentimento de ter a minha liberdade em tudo e com todos, gosto de (e acho que sei) viver em conjunto com uma ou várias pessoas, mas a verdade é que cada vez mais sou individualista...
E esta semana percebi isso mesmo: cada vez tenho mais necessidade de, não viver para e com os outros (embora continue a dizer que não gosto - e a maioria nem consigo - de fazer nada sozinha), mas sim contar comigo, de confiar e de me encontrar em mim... Chegar ao fim do dia e dizer que sim, foi mais um dia em que vivi bem comigo e me amei.
Talvez seja este o amor mais sincero e duradouro que o ser humano pode alcançar... Talvez não... Mas eu continuo adepta da velha máxima "Se eu não gostar de mim, quem gostará?"... E lá está, embora ainda não tenha percebido o porquê, a verdade mais normal é que quando encontramos alguém a nosso lado, passamos a viver a vida dessa pessoa e não a nossa, a fazer o que a outra quer e lhe interessa e não o que nós queremos e que nos é importante... No fundo, não será a gostar mais do Outro que do Eu?
É isto o Amor? Será verdade os velhos sonetos que diziam que o Amor é amar alguém mais do que a nós próprios?
Uma coisa é certa, o Amor é provavelmente dos conceitos mais abstractos, pessoais e mutáveis de sempre e para sempre! Talvez sejam essas as condições para ainda ser o que é... Ou o que fazem Dele...

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