Hoje acordei com um golpe dilacerante.
Por mais vezes que as viva - as leia, oiça e sinta - não me consigo habituar às suas palavras em tempos das suas crises.
E não tenho que me habituar, não só não as mereço, como mereço muito mais que isso.
Não sou perfeita, nunca o fui e nunca o vou ser - e ainda bem! Haja algo que consigo fazer de acordo com o que quero - mas como lhe disse um dia, eu posso fazer-lhe tempestades mas voltei sempre para o brindar com a bonança.
Durante duas semanas falei para o boneco, porque ele teve a coragem de me dizer que eu nunca disse que queria falar e que nunca tentei resolver nada e o que tudo começou com um "nada", atingiu dimensões brutais e transformou-se em algo que já não há nada a fazer.
Mas estou cansada que não me oiça.
Estou cansada que tenha deixado de me saber ler.
Estou cansada de ter voltado a deixar de olhar para mim.
Estou cansada da falta de confiança...
Estou cansada que me faça sentir louca.
Estou cansada de permitir-lhe que me trate assim.
Estou cansada das suas atitudes de cavaleiro andante só durem até me ter a seu lado.
Voltei a estar tão cansada que não sinto o meu corpo para além das dores que me são reais e dos pensamentos que me varrem a 1000km/h!
E só agora me deparo que ontem voltei a fazer o que sempre lhe fiz... Fui ao seu encontro, fui para falar com ele... E ele não estava lá.
Mas só agora me apercebo como ele não está - a diferença é que eu não digo "ainda bem", lê-lo não são tolerâncias que faço (são pequenas oportunidades de me sentir mais perto) e vê-lo e ouvi-lo não é algo que não consigo fazer (era o que queria ter conseguido fazer). Mas ele não estava lá. E não foi só ontem - eu é que só agora me apercebi.
Eu sei o que sou e o que faço! E sou a primeira a admitir as minhas falhas e as minhas injustiças, mas também fui a primeira a dar-lhe justificações e a dizer-lhe o que fazer (um bocado ridículo uma pessoa sentir-se uma boneca com manual de instruções... Até porque ninguém lê tais manuais).
Ontem saí de minha casa e fui ao seu encontro para falar com ele, talvez porque se fosse ao contrário era o que eu queria que ele fizesse - e nunca fez. Mas não vou ser eu que lhe vou ensinar isso. Não sou ninguém para ensinar alguém que sempre considerei mais evoluído que eu.
Mas se calhar a questão está aí! Cada vez percebo mais que não é um ser assim tão evoluído e que as diferenças entre nós não são muitas - é tão besta como eu, simplesmente mudam as razões e as atitudes, mas a essência está lá.
Se calhar o nosso problema foi esse, eu nunca estive com um supra-sumo e ele nunca teve com nenhuma deusa - éramos apenas dois seres humanos desequilibrados que estavam juntos e que, provavelmente, esperaram demasiado do outro... "São as expectativas"...
Ainda bem que naquele sábado se lembrou de mais uma vez alterar a sua palavra, não me deixou falar e me trocou todas as voltas e planos sem aviso prévio! Não quero namorar alguém assim e a diferença entre o que nos faz bem e nos dilacera é muito ténue.
Nós deixámos de fazer bem um ao outro, não interessa quem e porquê, porque nos dias que correm, a culpa foi dos dois e factos é algo que não falta para sustentar as nossas declarações.
Mas não interessa.
Não lhe faço mais mal.
É preciso saber parar.
E um dia o sentimento voltará a ser caloroso e aconchegante... "Porque o sol voltará sempre a brilhar".
Espero que tenha uma linda e saudável caminhada.
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