quarta-feira, 23 de abril de 2008

Principezices...

Não sei se é por ter andado a ler os blogs do meu Ed se quê (sim, porque em dois dias eu li os seus 2 blogs), mas voltei a sentir vontade de escrever...
Não que isto seja habitual em mim ou de muita dura. Aliás, quem me conhece sabe bem que eu não tenho propriamente o dom das palavras... pelo contrário diria mesmo... mas deu-me e pronto! E quando alguma coisa se me dá, o melhor mesmo é não me contrariarem, e contra mim falo e de grande vexame me encho ao dizê-lo.
Hoje à vinda para o emprego (sim, porque até agora eu tenho literalmente um emprego, e dos bons! Pelo menos para a maioria... Aquela que diz com o orgulho a sair-lhe de todos os seus poros "eu sou (como) funcionário público! Pagam-me para eu não fazer nada"... Ora, meus amigos, quem me conhece, sabe que eu gosto de fazer parte das minorias! Ou melhor, eu gosto é de me distanciar das maiorias, sem que isso signifique necessariamente ser de uma minoria. Como costumo dizer, eu gosto é de ser "especial", percebes o que digo? Se respondeste sim, cuidado! Isso significa que me conheces minimamente, como tal, que passsas tempo comigo. Advirto que isso pode não ser saudável para a tua saúde e bem-estar)...
Continuando ou recapitulando, hoje à vinda para o emprego, tive um pequeno atrofio telepático com uma miúda (dos seus 15/16 anos. Se calhar nem isso, já que agora acho que elas já nascem todas com maquilhagem e unhas de gel e afins) que teimava em olhar para mim e rir-se... Como infelizmente sou perspicaz (oh Jizas! Nunca em outra altura fez tanto sentido eu dizer esta minha habitual frase), ao primeiro olhar percebi que o motivo de tanta alegria e reboliço por parte daquela menina era apenas o livro que comecei hoje a ler. O que não me espantou, pois já sabia que iria ser alvo de olhares de soslaio por parte dos demais... Mas nunca pensei foi que desse para rir tanto...
Limitei-me a sorrir-lhe e mentalmente dei-lhe a minha resposta (espero pelo menos que ela tenha percebido, através do meu olhar de desprezo e indiferença pela criancice do seu comportamento, o bem-estar que sentia comigo mesma e com a minha última escolha literária) que acabou com um pensamento profundo: "Mas tudo são opiniões. E a opinião, para muitos, é como a virgindade... Quem a tem só deseja dá-la ao próximo", pensamento tão profundo que me impediu de controlar um riso silencioso mas rasgado ao olhar para ela...
Mas fora essa profundeza do meu ser, não percebo porque razão existe esse preconceito tão grande em relação a essa grande obra O Principezinho... Ok, eu sei que é um livro habitualmente tido para crianças, mas também todos sabem (??) que é assumido como uma das grandes obras de literatura (chamemos-lhe escrita, para não ferir mais susceptibilidades)! E quantas e quantas vezes não ouvimos citações ou comentários deste livro?
Ao diálogo das amigas à saída do autocarro "-olha-me aquela a ler O Principezinho!!! -Hã? O quê? Não é nada! Aaaahhhh! Não posso! Com aquela idade!" eu respondo... Sim, leio O Principezinho com quase 24 anos, sem vergonha (já que não o "vesti" com uma folha, como tanta gente faz... Sempre me perguntei porquê) e de mente suficientemente aberta para aprender com um livro para miúdos... E assim fiquei a sorrir enquanto elas se riam...
"Então julga-te a ti próprio - respondeu o rei - É o mais difícil de tudo. É bem mais difícil julgarmo-nos a nós próprios do que aos outros. Se te conseguires julgar a ti próprio, és um sábio dos autênticos."
*E ainda só vou no início do livro das lições...

Beijinhos do Principado Não Sei

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